UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
Prof. Dr. José Dirson Argolo
Restaurador, professor, doutor em Artes Visuais e Diretor do Studio Argolo
Freguesia de Nossa Senhora do Desterro foi o nome inicial à atual Paróquia do S.S. Sacramento e Sant’Ana. Sua criação ocorreu no Convento das Clarissas, mais conhecido como Convento do Desterro, durante o arcebispado de D. Gaspar Barata de Mendonça. A decisão de construir uma igreja própria foi tomada em memorável sessão, realizada em 27 de setembro de 1744, presidida pelo juiz João Dias da Costa. A licença para a construção da nova matriz foi solicitada ao arcebispo D. José Botelho de Mattos e, no mesmo período, encaminhou-se requerimento à S. Majestade, pedindo ajuda de custo para a construção da capela-mor da Igreja em projeto. O local julgado mais conveniente foi a rua do Tingui, por ficar no meio da Freguesia, muito cômoda para os moradores da Saúde e da Palma.
O pedido feito ao arcebispo foi negado, sob alegação de que era necessária a expressa concessão de S. Majestade, o rei de Portugal. O pedido foi feito ao rei D. João V, aproveitando-se a nau da Índia e da guerra, prestes a partir para Portugal, a qual se encontrava no porto de Salvador. Junto com o pedido de licença para construção, seguiu-se o pedido de ajuda de custo. D. João V despachou favoravelmente, inclusive o pedido da mudança do S.S. Sacramento para alguma das Capelas da Freguesia.
A Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, foi construída sobre uma elevação, quase se precipitando sobre o vale do antigo Dique dos Holandeses, invadindo parte das hortas do Convento de S. Francisco, cujo quintal dava para a antiga rua da Vala, hoje conhecida como Baixa dos Sapateiros. “A matriz de Santana não perde de vista o seu vizinho de porta, o Convento do Desterro, que quase impediu que a matriz se estabelecesse”, segundo Marieta Alves. A Igreja foi construída sobre uma área próxima à rua do Tingui, doada pelo Pe. Luiz Gonzaga Hermoso e de três casas adquiridas posteriormente, a fim de ampliar o terreno então doado. As obras foram iniciadas em 1747, sob a administração do mestre pedreiro Felipe de Oliveira Mendes, “arruador da Câmara, irmão da ordem e morador à Rua do Gravatá”. Por esse tempo, as obras reclamavam pedras de cantaria, o que levou a Mesa a recorrer ao mesmo prestimoso irmão, dele obtendo o preço por quanto as prepararia, preço que, submetido ao critério de alguns mestres da cidade, foi julgado conveniente. Toda a parte de cantaria foi então confiada ao mestre Felipe de Oliveira Mendes. Tudo indica que a construção avançou rapidamente, pois, cinco anos após, em 2 de fevereiro de 1752, cogitou-se da feitura do altar-mor, trabalho confiado ao entalhador Francisco Gomes Correia, membro da Irmandade.
Dos vários riscos apresentados pelo entalhador, escolheu-se um que recebeu as assinaturas dos mesários. O entalhador ajustou a obra por 800$000, que a mesa cogitava pagar com a ajuda de custo pedida ao rei. Falhando esse auxílio, o artista receberia 100$000 anuais até a complementação do pagamento. Felizmente o rei atendeu ao pedido, despachando 12 mil cruzados, que foram recebidos em 1754. Em 11 de maio de 1752, a mesa volta a reunir-se, desta feita para deliberar sobre a trasladação do S.S. Sacramento da Igreja da Saúde, então servindo de Paróquia, para a nova Matriz. A solenidade foi marcada para o dia 8 de setembro, data da complementação de 2 anos da assinatura da escritura, pela qual a Irmandade se obrigou a deixar aquela igreja. “Nessa mesma reunião decidiu-se mandar confeccionar a imagem de Santana e tudo o mais que fosse possível para o seu ornato – coroa, resplendor e acessórios – com a recomendação de confiar sua execução a oficiais capazes do melhor desempenho”.
Em 20 de agosto de 1752, por determinação do arcebispo D. José Botelho de Mattos, o Revdo. Provedor Chantre da Santa Sé, Manoel Fernandes da Costa, visitou a nova Igreja para verificar suas condições, a fim de proceder à bênção pedida àquele Prelado pela Mesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana”. Em seguida, benzeu-se o majestoso templo e foi demarcado o local para o adro. A documentação examinada pela historiadora Marieta Alves não faz referência à trasladação do S.S. Sacramento, marcada para o dia 8 de setembro do mesmo ano.
Marieta Alves estranhou porque “não há explicação no arquivo da Irmandade” da decisão tomada pela Mesa, em 15 de dezembro de 1754, de ajustar com Felipe de Oliveira Mendes a obra do frontispício da Igreja, inaugurada em 8 de setembro de 1752. É ainda Marieta quem informa que “o notável mestre de obras apresentou o risco, feito em papel imperial, pelo qual se obrigou a dar o trabalho pronto no prazo de 3 anos, pagando-lhe a Irmandade 10 mil cruzados. Esclarece ainda o contrato que a mudança dos cunhais, já assentados, se faria por conta da Irmandade, assim como o assento da alvenaria. Isso nos leva a crer que a fachada primitiva não correspondia às aspirações de suntuosidade acariciada pelos novos dirigentes da Irmandade e exigida, talvez, pelas proporções da grandiosa construção”. Certamente a obra não foi concluída no prazo, já que em 1760, os mestres pedreiros Henrique da Silva e Eugênio da Mota, prestaram juramento solene para procederem à vistoria da fachada, atestando, após minucioso exame, que a mesma estava perfeita, necessitando apenas “de alguns recortes nos fechos das portas e janelas q. era precizo se remediasse para podem assentar os caixilhos das portas sem impedim.to algú’.
Por volta de 1855, abria-se a ladeira em frente da Igreja, pondo em destaque as linhas harmoniosas do frontispício da Igreja de Santana, todo ele construído em pedra calcária. Concebido em estilo rococó, foi executado com pedras “ provenientes de Itapagipe, duras, de grão grosso e sem mistura de seixos, e reprovada a procedente de Camamu”, segundo informam documentos consultados pela historiadora citada.
Pela sua importância histórica e arquitetônica, a igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 25 de setembro de 1941, sob o nº 169 do livro de História, fls. 28 e sob o nº 243-A do livro de Belas Artes, fls.54.
O pedido feito ao arcebispo foi negado, sob alegação de que era necessária a expressa concessão de S. Majestade, o rei de Portugal. O pedido foi feito ao rei D. João V, aproveitando-se a nau da Índia e da guerra, prestes a partir para Portugal, a qual se encontrava no porto de Salvador. Junto com o pedido de licença para construção, seguiu-se o pedido de ajuda de custo. D. João V despachou favoravelmente, inclusive o pedido da mudança do S.S. Sacramento para alguma das Capelas da Freguesia.
A Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, foi construída sobre uma elevação, quase se precipitando sobre o vale do antigo Dique dos Holandeses, invadindo parte das hortas do Convento de S. Francisco, cujo quintal dava para a antiga rua da Vala, hoje conhecida como Baixa dos Sapateiros. “A matriz de Santana não perde de vista o seu vizinho de porta, o Convento do Desterro, que quase impediu que a matriz se estabelecesse”, segundo Marieta Alves. A Igreja foi construída sobre uma área próxima à rua do Tingui, doada pelo Pe. Luiz Gonzaga Hermoso e de três casas adquiridas posteriormente, a fim de ampliar o terreno então doado. As obras foram iniciadas em 1747, sob a administração do mestre pedreiro Felipe de Oliveira Mendes, “arruador da Câmara, irmão da ordem e morador à Rua do Gravatá”. Por esse tempo, as obras reclamavam pedras de cantaria, o que levou a Mesa a recorrer ao mesmo prestimoso irmão, dele obtendo o preço por quanto as prepararia, preço que, submetido ao critério de alguns mestres da cidade, foi julgado conveniente. Toda a parte de cantaria foi então confiada ao mestre Felipe de Oliveira Mendes. Tudo indica que a construção avançou rapidamente, pois, cinco anos após, em 2 de fevereiro de 1752, cogitou-se da feitura do altar-mor, trabalho confiado ao entalhador Francisco Gomes Correia, membro da Irmandade.
Dos vários riscos apresentados pelo entalhador, escolheu-se um que recebeu as assinaturas dos mesários. O entalhador ajustou a obra por 800$000, que a mesa cogitava pagar com a ajuda de custo pedida ao rei. Falhando esse auxílio, o artista receberia 100$000 anuais até a complementação do pagamento. Felizmente o rei atendeu ao pedido, despachando 12 mil cruzados, que foram recebidos em 1754. Em 11 de maio de 1752, a mesa volta a reunir-se, desta feita para deliberar sobre a trasladação do S.S. Sacramento da Igreja da Saúde, então servindo de Paróquia, para a nova Matriz. A solenidade foi marcada para o dia 8 de setembro, data da complementação de 2 anos da assinatura da escritura, pela qual a Irmandade se obrigou a deixar aquela igreja. “Nessa mesma reunião decidiu-se mandar confeccionar a imagem de Santana e tudo o mais que fosse possível para o seu ornato – coroa, resplendor e acessórios – com a recomendação de confiar sua execução a oficiais capazes do melhor desempenho”.
Em 20 de agosto de 1752, por determinação do arcebispo D. José Botelho de Mattos, o Revdo. Provedor Chantre da Santa Sé, Manoel Fernandes da Costa, visitou a nova Igreja para verificar suas condições, a fim de proceder à bênção pedida àquele Prelado pela Mesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana”. Em seguida, benzeu-se o majestoso templo e foi demarcado o local para o adro. A documentação examinada pela historiadora Marieta Alves não faz referência à trasladação do S.S. Sacramento, marcada para o dia 8 de setembro do mesmo ano.
Marieta Alves estranhou porque “não há explicação no arquivo da Irmandade” da decisão tomada pela Mesa, em 15 de dezembro de 1754, de ajustar com Felipe de Oliveira Mendes a obra do frontispício da Igreja, inaugurada em 8 de setembro de 1752. É ainda Marieta quem informa que “o notável mestre de obras apresentou o risco, feito em papel imperial, pelo qual se obrigou a dar o trabalho pronto no prazo de 3 anos, pagando-lhe a Irmandade 10 mil cruzados. Esclarece ainda o contrato que a mudança dos cunhais, já assentados, se faria por conta da Irmandade, assim como o assento da alvenaria. Isso nos leva a crer que a fachada primitiva não correspondia às aspirações de suntuosidade acariciada pelos novos dirigentes da Irmandade e exigida, talvez, pelas proporções da grandiosa construção”. Certamente a obra não foi concluída no prazo, já que em 1760, os mestres pedreiros Henrique da Silva e Eugênio da Mota, prestaram juramento solene para procederem à vistoria da fachada, atestando, após minucioso exame, que a mesma estava perfeita, necessitando apenas “de alguns recortes nos fechos das portas e janelas q. era precizo se remediasse para podem assentar os caixilhos das portas sem impedim.to algú’.
Por volta de 1855, abria-se a ladeira em frente da Igreja, pondo em destaque as linhas harmoniosas do frontispício da Igreja de Santana, todo ele construído em pedra calcária. Concebido em estilo rococó, foi executado com pedras “ provenientes de Itapagipe, duras, de grão grosso e sem mistura de seixos, e reprovada a procedente de Camamu”, segundo informam documentos consultados pela historiadora citada.
Pela sua importância histórica e arquitetônica, a igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 25 de setembro de 1941, sob o nº 169 do livro de História, fls. 28 e sob o nº 243-A do livro de Belas Artes, fls.54.
GRANDE TRANSFORMAÇÃO ESTILÍSTICA – DO BARROCO PARA O NEOCLÁSSICO.
No alvorecer do século XIX, é provável que a Irmandade do S.S. Sacramento e Sant’Ana gozasse de muito prestígio e dinheiro, pois, infelizmente, teve fôlego para empreender uma radical transformação na decoração interna de sua Igreja. Santana, como muitas dos templos importantes de nossa capital e de cidades do Recôncavo da Bahia, construídas na segunda metade do séc. XVII e por todo o séc. XVIII, possuíam seus interiores, parcial ou inteiramente, revestidos de talhas barrocas: suntuosos altares, onde predominavam as colunas salomônicas, repletas de anjos e querubins, folhas de acanto ou ramos de videira. Camarins e tronos, com cortinados e sanefas, revestidos com folhas de ouro, sem falar nos púlpitos, grades do coro, tribunas, arco cruzeiro, tetos apainelados, etc. Estes templos, alguns como a Igreja de S. Francisco, assemelhando-se a verdadeiras “cavernas de ouro”, apesar de sua resplandecente beleza, eram relativamente escuros, com poucas aberturas para a entrada da luz natural.
Com o predomínio do estilo neoclássico, que começa a ser implantado na Bahia, por volta de 1780, o estilo barroco vai aos poucos perdendo o prestígio de que desfrutara, por mais de 150 anos. O neoclássico passa a ganhar fôlego, com a vinda da família real portuguesa, que se transfere para o Brasil em 1808, quando o príncipe regente, D. João, abandona Portugal, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte e instala-se, com toda a sua corte no Brasil, notadamente na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. Em 1816, a convite de D. João VI (cuja coroação ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, após a morte de sua mãe, D. Maria I), chega ao Brasil à Missão Artística Francesa, formada por vários arquitetos, pintores, gravadores e urbanistas, todos imbuídos do espirito neoclássico, que dominava a Europa. O estilo barroco, passa a ser considerado fora de moda e associado à época da Colônia e o neoclássico vai se consagrando como o estilo do Império.
A mudança de gosto esteve sempre associada às modificações empreendidas nas obras de arte e no patrimônio arquitetônico. Muitas foram as igrejas, em todo o país, que dando como desculpa estarem suas pinturas e talhas atacadas pelos insetos xilófagos e pelos agentes atmosféricos, trataram de destruir suas decorações originais, a fim de seguir o novo padrão estético, porém na Bahia, esse fenômeno foi mais acentuado. Santana, seguiu, assim, o exemplo da Ordem 3ª de S. Francisco, Pilar, Passo, Bonfim, Mosteiro de São Bento, Convento de Nossa Senhora da Piedade e várias outras igrejas, que destruíram inteiramente sua monumental talha barroca, para seguir a moda vigente – o neoclássico. Infelizmente, não foi legado à posteridade, nenhum desenho, documentação gráfica ou fotográfica, etc., que pudesse nos mostrar o aspecto interno da igreja de Santana, sem dúvida ornada com belas talhas barrocas. Devemos às comunidades mais pobres, como a franciscana, a manutenção da decoração barroca dos seus templos, por não disporem de recursos para empreender grandes reformas.
A adoção neoclássica nos impediu de conhecer o retábulo da capela-mor, da Igreja de Santana, contemporâneo da inauguração do templo, obra do mestre entalhador Francisco Gomes Correa, assim como a talha dos altares laterais, arco cruzeiro e muitos outros ornatos, executados pelo entalhador José Monteiro Filgueira. É provável que hajam desaparecido, junto a muitas pinturas e outras obras de arte, feitas por grandes expoentes da arte baiana do séc. XVIII. Resta-nos imaginar, que o interior da Igreja de Santana fosse similar aos da igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e S. Francisco e Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira, conservadas em seu estilo barro. Pelo período em que foram executados, seus altares, certamente possuíam colunas espiraladas, ditas salomônicas, com trono e camarim decorado com anjos, folhas de acanto, cortinados, etc., bem ao gosto do período Joanino.
Do período barroco, sobreviveram, na Igreja de Santana, somente os belos frontões das tribunas da nave, com suas guirlandas com pelicanos e o arranque do corrimão da escadaria de acesso ao primeiro, defronte à entrada da sacristia.
Com o predomínio do estilo neoclássico, que começa a ser implantado na Bahia, por volta de 1780, o estilo barroco vai aos poucos perdendo o prestígio de que desfrutara, por mais de 150 anos. O neoclássico passa a ganhar fôlego, com a vinda da família real portuguesa, que se transfere para o Brasil em 1808, quando o príncipe regente, D. João, abandona Portugal, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte e instala-se, com toda a sua corte no Brasil, notadamente na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. Em 1816, a convite de D. João VI (cuja coroação ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, após a morte de sua mãe, D. Maria I), chega ao Brasil à Missão Artística Francesa, formada por vários arquitetos, pintores, gravadores e urbanistas, todos imbuídos do espirito neoclássico, que dominava a Europa. O estilo barroco, passa a ser considerado fora de moda e associado à época da Colônia e o neoclássico vai se consagrando como o estilo do Império.
A mudança de gosto esteve sempre associada às modificações empreendidas nas obras de arte e no patrimônio arquitetônico. Muitas foram as igrejas, em todo o país, que dando como desculpa estarem suas pinturas e talhas atacadas pelos insetos xilófagos e pelos agentes atmosféricos, trataram de destruir suas decorações originais, a fim de seguir o novo padrão estético, porém na Bahia, esse fenômeno foi mais acentuado. Santana, seguiu, assim, o exemplo da Ordem 3ª de S. Francisco, Pilar, Passo, Bonfim, Mosteiro de São Bento, Convento de Nossa Senhora da Piedade e várias outras igrejas, que destruíram inteiramente sua monumental talha barroca, para seguir a moda vigente – o neoclássico. Infelizmente, não foi legado à posteridade, nenhum desenho, documentação gráfica ou fotográfica, etc., que pudesse nos mostrar o aspecto interno da igreja de Santana, sem dúvida ornada com belas talhas barrocas. Devemos às comunidades mais pobres, como a franciscana, a manutenção da decoração barroca dos seus templos, por não disporem de recursos para empreender grandes reformas.
A adoção neoclássica nos impediu de conhecer o retábulo da capela-mor, da Igreja de Santana, contemporâneo da inauguração do templo, obra do mestre entalhador Francisco Gomes Correa, assim como a talha dos altares laterais, arco cruzeiro e muitos outros ornatos, executados pelo entalhador José Monteiro Filgueira. É provável que hajam desaparecido, junto a muitas pinturas e outras obras de arte, feitas por grandes expoentes da arte baiana do séc. XVIII. Resta-nos imaginar, que o interior da Igreja de Santana fosse similar aos da igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e S. Francisco e Ordem Terceira do Carmo de Cachoeira, conservadas em seu estilo barro. Pelo período em que foram executados, seus altares, certamente possuíam colunas espiraladas, ditas salomônicas, com trono e camarim decorado com anjos, folhas de acanto, cortinados, etc., bem ao gosto do período Joanino.
Do período barroco, sobreviveram, na Igreja de Santana, somente os belos frontões das tribunas da nave, com suas guirlandas com pelicanos e o arranque do corrimão da escadaria de acesso ao primeiro, defronte à entrada da sacristia.
DECORAÇÃO NEOCLÁSSICA
A atual e harmoniosa decoração da capela-mor, altares da nave, arcadas, arco-cruzeiro, tribunas, púlpitos, coro, etc., que hoje podemos admirar na Igreja de Santana, não possui, até o momento, autoria conhecida. Marieta Alves afirma ser “fora de dúvida que essa grande obra se executou entre 1810 e 1828. Contemporânea da talha, certamente é a pintura dos painéis da capela-mor e da nave, executados pelo pintor Antônio Joaquim Franco Velasco (o mesmo que pintou o forro e outras pinturas da Igreja do Bonfim), sendo a cena do Batismo de Cristo, o último da série realizada na Igreja de Santana, finalizada em 1814. Nesse mesmo período a Mesa autorizava o prosseguimento das obras das duas sacristias “até sua última perfeição”, somente alcançada em 1828, quando finalmente concluiu-se o douramento da talha, executada pelo mestre entalhador Antônio de Santa Rosa e as oito pinturas dos painéis, com temas bíblicos, algumas com nítida influência de José Joaquim da Rocha, obras estas do pincel do pintor José da Costa Andrade. Traz a data de 1820 o artístico lavabo da sacristia, encomendado em Lisboa, gravada na pedra,
É da autoria do entalhador Francisco Hermógenes de Figueiredo o tapa-vento, existente logo na entrada do templo, que se encontrava totalmente repintado, tendo recuperado sua aparência original, após a restauração realizada pela equipe do Studio Argolo. Infelizmente, não houve verbas suficientes para se empreender a restauração dos azulejos “fingidos”, que decoravam as paredes da capela-mor, presbitério e possivelmente, as laterais da nave. Prospecções realizadas durante os trabalhos de restauração trouxeram, à luz, parte dessas pinturas parietais, que deixamos à mostra na lateral direita do presbitério. No futuro poderão ser resgatadas, assim como, as pinturas decorativas da cúpula.
É da autoria do entalhador Francisco Hermógenes de Figueiredo o tapa-vento, existente logo na entrada do templo, que se encontrava totalmente repintado, tendo recuperado sua aparência original, após a restauração realizada pela equipe do Studio Argolo. Infelizmente, não houve verbas suficientes para se empreender a restauração dos azulejos “fingidos”, que decoravam as paredes da capela-mor, presbitério e possivelmente, as laterais da nave. Prospecções realizadas durante os trabalhos de restauração trouxeram, à luz, parte dessas pinturas parietais, que deixamos à mostra na lateral direita do presbitério. No futuro poderão ser resgatadas, assim como, as pinturas decorativas da cúpula.
O FORRO DA NAVE
Inexiste documento que comprove a autoria do forro da nave, mas, pelo seu aspecto estilístico, tem sido atribuído ao pintor Antônio Joaquim Franco Velasco, autor da maioria das pinturas que decoram a nave da igreja. O historiador Carlos Ott foi um dos historiadores baianos a atribuir a sua feitura a Franco Velasco, tomando por base, dois medalhões existentes no forro, os quais são bem semelhantes a pinturas de sua autoria existentes no acervo do Museu de Arte da Bahia. Acreditamos ser também de sua autoria a pintura existente no forro do baixo-coro.
Documentos do arquivo da irmandade davam conhecimento de que o forro da nave estava muito danificado, no meado do séc. XIX., principalmente o seu medalhão central. Em 1855 a Mesa cogitou da “renovação da estragada pintura deseo forro, e do respct.º deteriorado douram.tº”. Apresentaram orçamento os pintores: Macário José da Rocha, Benjamim Vieira Dortas e José Rodrigues Nunes, tendo, este último, vencido a licitação. Pelo trabalho, recebeu a quantia de 5;950$000. Como era de praxe, usou na sua reintegração, tintas à base de óleo e vernizes de resinas naturais, que se deterioram com o tempo. Além disso, José Rodrigues Nunes, repintou muitas áreas, uma vez que não possuía formação profissional em restauração e desconhecia totalmente as regras e filosofia de restauração, porventura existentes, incipientes na Europa. Restaurar, naquela época, ainda era, em geral, sinônimo de repintar, remodelar, sem respeito algum à obra original.
Há muitas décadas, o forro da igreja de Santana apresentava um feio aspecto, consequência da restauração pouco criteriosa realizada por José Rodrigues Nunes e, provavelmente, por várias outras intervenções, que não foram registradas em documentos, legados à posteridade. A sua pintura decorativa encontrava-se sem leitura, principalmente o seu medalhão central, a ponto de nenhum historiador do séc. XX ter se arriscado a descrevê-lo. Manchas escurecidas, provocadas pela oxidação das tintas à base de óleo, utilizadas nas intervenções ocorridas, vernizes espessos e amarronzados, marchas de escorrimento de água (provocadas por goteiras), além de outras provocadas por fungos, excrementos de insetos e pombos, acúmulo de poeira e poluentes, contribuíam para esconder a beleza de sua pintura original. Além de tudo isso, a pintura de fundo, de tonalidade ocre, sem nenhuma uniformidade cromática, contribuía enormemente para a sua descaracterização. Grandes surpresas seriam reveladas durante o difícil e delicado trabalho de restauração, realizado pela equipe do Studio Argolo.
Documentos do arquivo da irmandade davam conhecimento de que o forro da nave estava muito danificado, no meado do séc. XIX., principalmente o seu medalhão central. Em 1855 a Mesa cogitou da “renovação da estragada pintura deseo forro, e do respct.º deteriorado douram.tº”. Apresentaram orçamento os pintores: Macário José da Rocha, Benjamim Vieira Dortas e José Rodrigues Nunes, tendo, este último, vencido a licitação. Pelo trabalho, recebeu a quantia de 5;950$000. Como era de praxe, usou na sua reintegração, tintas à base de óleo e vernizes de resinas naturais, que se deterioram com o tempo. Além disso, José Rodrigues Nunes, repintou muitas áreas, uma vez que não possuía formação profissional em restauração e desconhecia totalmente as regras e filosofia de restauração, porventura existentes, incipientes na Europa. Restaurar, naquela época, ainda era, em geral, sinônimo de repintar, remodelar, sem respeito algum à obra original.
Há muitas décadas, o forro da igreja de Santana apresentava um feio aspecto, consequência da restauração pouco criteriosa realizada por José Rodrigues Nunes e, provavelmente, por várias outras intervenções, que não foram registradas em documentos, legados à posteridade. A sua pintura decorativa encontrava-se sem leitura, principalmente o seu medalhão central, a ponto de nenhum historiador do séc. XX ter se arriscado a descrevê-lo. Manchas escurecidas, provocadas pela oxidação das tintas à base de óleo, utilizadas nas intervenções ocorridas, vernizes espessos e amarronzados, marchas de escorrimento de água (provocadas por goteiras), além de outras provocadas por fungos, excrementos de insetos e pombos, acúmulo de poeira e poluentes, contribuíam para esconder a beleza de sua pintura original. Além de tudo isso, a pintura de fundo, de tonalidade ocre, sem nenhuma uniformidade cromática, contribuía enormemente para a sua descaracterização. Grandes surpresas seriam reveladas durante o difícil e delicado trabalho de restauração, realizado pela equipe do Studio Argolo.
PÁROCOS IMPORTANTES NO ÚLTIMO SÉCULO XX
Monsenhor Victorio João Pinto Neves
Tornou-se pároco de Sant’Ana em 1888, mesmo ano da abolição da escravatura no Brasil. Permaneceu neste cargo na virada do séc. XIX para o XX, vindo a falecer no dia 3 de fevereiro de 1922.
Monsenhor Francisco Ayres Almeida Freitas
Nascido em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano, Monsenhor Francisco Ayres foi pároco e vigário em Juazeiro, onde fundou a Pia União das Filhas de Maria e o colégio Diocesano. Transferido para Salvador no ano de 1923, fundou a Escola Paroquial de Sant’Ana, onde também foi pároco bastante atuante na comunidade. Fundou ainda a Despensa Santo Eugênio e construiu a Casa Paroquial (onde hoje é a atual Embratel, localizada na Rua do Carro). Monsenhor Ayres faleceu em Salvador em 1965.
Monsenhor José Gilberto de Luna
Nascido em 26 de junho de 1932. É ordenado padre em 8 de dezembro de 1957 em Juazeiro. Em 30 de janeiro de 1966 torna-se Monsenhor da Paróquia do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana. Destacou-se por ser o mais atuante pároco, no que se refere ao campo social. O Pe. Luna também era escritor e assinava uma coluna semanal no Jornal A Tarde. Dentre os seus feitos estão a restauração da Escola Paroquial de Sant’Ana, a fundação da Cruzada Social da Paróquia, o Centro Comunitário Padre Luna, o Movimento Familiar Cristão, a Pastoral da Juventude e a Cruzada Eucarística. Teve ainda grande papel na organização das duas vindas do Papa João Paulo II à cidade do Salvador. Faleceu em 2006, assistido entre outros, pelo Pe. José Abel Carvalho Pinheiro.
Tornou-se pároco de Sant’Ana em 1888, mesmo ano da abolição da escravatura no Brasil. Permaneceu neste cargo na virada do séc. XIX para o XX, vindo a falecer no dia 3 de fevereiro de 1922.
Monsenhor Francisco Ayres Almeida Freitas
Nascido em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano, Monsenhor Francisco Ayres foi pároco e vigário em Juazeiro, onde fundou a Pia União das Filhas de Maria e o colégio Diocesano. Transferido para Salvador no ano de 1923, fundou a Escola Paroquial de Sant’Ana, onde também foi pároco bastante atuante na comunidade. Fundou ainda a Despensa Santo Eugênio e construiu a Casa Paroquial (onde hoje é a atual Embratel, localizada na Rua do Carro). Monsenhor Ayres faleceu em Salvador em 1965.
Monsenhor José Gilberto de Luna
Nascido em 26 de junho de 1932. É ordenado padre em 8 de dezembro de 1957 em Juazeiro. Em 30 de janeiro de 1966 torna-se Monsenhor da Paróquia do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana. Destacou-se por ser o mais atuante pároco, no que se refere ao campo social. O Pe. Luna também era escritor e assinava uma coluna semanal no Jornal A Tarde. Dentre os seus feitos estão a restauração da Escola Paroquial de Sant’Ana, a fundação da Cruzada Social da Paróquia, o Centro Comunitário Padre Luna, o Movimento Familiar Cristão, a Pastoral da Juventude e a Cruzada Eucarística. Teve ainda grande papel na organização das duas vindas do Papa João Paulo II à cidade do Salvador. Faleceu em 2006, assistido entre outros, pelo Pe. José Abel Carvalho Pinheiro.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA IGREJA, ANTES DA RESTAURAÇÃO ESTA ÚLTIMA RESTAURAÇÃO
Era péssimo o estado de conservação da Igreja de Santana, no final do século passado, apesar dos esforços empreendidos pelo seu então pároco, Monsenhor Gilberto Luna, para manter o templo em condições de funcionamento. Quando, em 2002, o Studio Argolo foi convidado, pela Fundação Odebrecht, para apresentar um Projeto de Restauração dos Bens Móveis e Integrados da Igreja, o estado físico do interior do templo, era desesperador. O forro da nave ameaçava desabar e boa parte das cimalhas do forro e duas grandes cantoneiras, que dão para a Rua do Tingui, já haviam desmoronado e grande parte do entulho se amontoava na parte superior do coro. Os cupins de madeira seca e de solo disseminavam-se por toda a parte, ameaçando destruir os forros, talhas douradas dos altares, púlpitos, arco cruzeiro, mobiliário, imaginária sacra e pinturas. O mesmo acontecia com os elementos arquitetônicos: madeiramento dos forros, barroteamento dos pisos, esquadrias de portas e janelas, escadas de acessos, elementos das torres sineiras, sinos, fiação elétrica inadequada, etc. Os desafios eram grandes e a saúde do Monsenhor Luna se agravava a olhos vistos. Em 2004 é nomeado como Administrador Paroquial para substituí-lo, provisoriamente, o Pe. Érico Pitágoras.
A construção da Estação Campo da Pólvora, do Metrô de Salvador, viria também contribuir para a aceleração dos problemas de Santana. O impacto das explosões causou abalos na estrutura já frágil da Igreja. Lustres da nave tiveram suas cúpulas de cristal danificadas e partes da cimalha desabaram, felizmente em horário noturno, graças à proteção de Senhora Santana, não atingindo nenhum fiel. Em 2005 a Igreja é interditada pela CODESAL e os atos religiosos passam a ser celebrados na Igreja da Palma. Em outubro de 2006 Pe. José Abel é nomeado Administrador Paroquial, substituindo o Pe. Érico Pitágoras. Os atos religiosos então, passam a ser celebrados na Igreja de Nossa Senhora do Desterro. Santana retornava à casa paterna, sua origem primitiva, porém dessa feita, contando com a boa vontade das irmãs do Convento de Santa Clara.
O Pe. José Abel Carvalho Pinheiro, com a experiência acumulada nas paróquias de Irará e de Feira de Santana e seu conhecido dinamismo e entusiasmo, convoca os fiéis, devotos de Santana, paroquianos e ex-paroquianos, políticos, órgãos públicos, etc., para empreenderem esforços visando à restauração da imponente Igreja de Santana, que clamava por socorro. Campanhas foram empreendidas com o apoio da Irmandade de Santana, visando à renovação do templo. Bazares, jantares festivos, rifas, leilões, campanhas por doação de telhas.... Tudo era válido em prol do resgate da religiosidade, da arte e da memória, que o templo de Santana representava no contexto do patrimônio da Bahia, especialmente no Centro Histórico de Salvador. O Pe. Abel, tomando conhecimento da existência de um projeto de restauro elaborado pela Fundação Odebrecht, intitulado “Memórias da Independência” (inspirado nas memórias da heroína baiana e do Pe. Roma, sepultados no cemitério da Irmandade, anexo à presente igreja), projeto esse coadjuvado pelas empresas Somar Engenharia (parte arquitetônica) e Studio Argolo Restaurações (bens móveis e integrados), entrou imediatamente em contato com as citadas empresas.
A mobilização do pároco logo começou a dar os primeiros resultados, em 2006. Uma verba inicial patrocinada pela Secretaria da Cultura do Governo (R$ 500.000,00), com o apoio do IPHAN (R$ 300.000,00 é liberada para a restauração do telhado da Igreja, obra executada pela empresa Serravale Engenharia. Os devotos tiveram participação efetiva nessa obra, inaugurada em 20/07/2007). Em 2009 a primeira fase projeto de restauro estrutural/engenharia civil da Igreja de Santana é aprovado pelo BNDES. Esta 1ª etapa se estendeu até 2013. A 2ª etapa compreendeu o período de 2014 a 2018 (Elementos artísticos e integrados da Igreja) e teve mais uma vez o patrocínio do BNDES, secundado pela Global Participações e Energia. Detalhamento dessas restaurações podem ser vistas no capítulo seguinte.
A construção da Estação Campo da Pólvora, do Metrô de Salvador, viria também contribuir para a aceleração dos problemas de Santana. O impacto das explosões causou abalos na estrutura já frágil da Igreja. Lustres da nave tiveram suas cúpulas de cristal danificadas e partes da cimalha desabaram, felizmente em horário noturno, graças à proteção de Senhora Santana, não atingindo nenhum fiel. Em 2005 a Igreja é interditada pela CODESAL e os atos religiosos passam a ser celebrados na Igreja da Palma. Em outubro de 2006 Pe. José Abel é nomeado Administrador Paroquial, substituindo o Pe. Érico Pitágoras. Os atos religiosos então, passam a ser celebrados na Igreja de Nossa Senhora do Desterro. Santana retornava à casa paterna, sua origem primitiva, porém dessa feita, contando com a boa vontade das irmãs do Convento de Santa Clara.
O Pe. José Abel Carvalho Pinheiro, com a experiência acumulada nas paróquias de Irará e de Feira de Santana e seu conhecido dinamismo e entusiasmo, convoca os fiéis, devotos de Santana, paroquianos e ex-paroquianos, políticos, órgãos públicos, etc., para empreenderem esforços visando à restauração da imponente Igreja de Santana, que clamava por socorro. Campanhas foram empreendidas com o apoio da Irmandade de Santana, visando à renovação do templo. Bazares, jantares festivos, rifas, leilões, campanhas por doação de telhas.... Tudo era válido em prol do resgate da religiosidade, da arte e da memória, que o templo de Santana representava no contexto do patrimônio da Bahia, especialmente no Centro Histórico de Salvador. O Pe. Abel, tomando conhecimento da existência de um projeto de restauro elaborado pela Fundação Odebrecht, intitulado “Memórias da Independência” (inspirado nas memórias da heroína baiana e do Pe. Roma, sepultados no cemitério da Irmandade, anexo à presente igreja), projeto esse coadjuvado pelas empresas Somar Engenharia (parte arquitetônica) e Studio Argolo Restaurações (bens móveis e integrados), entrou imediatamente em contato com as citadas empresas.
A mobilização do pároco logo começou a dar os primeiros resultados, em 2006. Uma verba inicial patrocinada pela Secretaria da Cultura do Governo (R$ 500.000,00), com o apoio do IPHAN (R$ 300.000,00 é liberada para a restauração do telhado da Igreja, obra executada pela empresa Serravale Engenharia. Os devotos tiveram participação efetiva nessa obra, inaugurada em 20/07/2007). Em 2009 a primeira fase projeto de restauro estrutural/engenharia civil da Igreja de Santana é aprovado pelo BNDES. Esta 1ª etapa se estendeu até 2013. A 2ª etapa compreendeu o período de 2014 a 2018 (Elementos artísticos e integrados da Igreja) e teve mais uma vez o patrocínio do BNDES, secundado pela Global Participações e Energia. Detalhamento dessas restaurações podem ser vistas no capítulo seguinte.
RESTAURAÇÕES REALIZADAS ATÉ A ATUALIDADE
1939 - Obra de reparo do telhado e forro. Restauração da talha sem autorização do IPHAN. Cantarias lavradas do portal e janelas, liberadas das camadas de cal.
1940 - Continuam as obras de restauração das pinturas, indevidamente executadas.
1950 - Pinturas de paredes e tetos da sacristia. Vistoria aponta erros executados na obra, à revelia do IPHAN.
1952 - Asseio interno da igreja. Vistoria observa a descaracterização de alguns elementos.
1958 – É tolerada a construção do Altar do Senhor dos Passos, segundo o IPHAN.
1967 - Obras de estabilização e restaurações parciais da igreja pelo IPHAN
1982 – O IPAC restaura o altar-mor e os medalhões da capela-mor.
2007-2011– O BNDES patrocina a restauração dos elementos arquitetônicos, a cargo da Construtora Serra Valle, no valor de R$ 3.743.610,37.
2007-2008- O Studio Argolo restaura os altares colaterais, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora do Rosário, patrocinados pela Irmandade e devotos de Santana
2012- 2013- O Studio Argolo restaura a Sacristia, patrocínio do Fundo de Cultura e Caixa Cultural
2014 – 2018- O Studio Argolo restaura todos os elementos artísticos e integrados da igreja: capela-mor, presbitério, arco cruzeiro, altares laterais, forros com pinturas artísticas ou decorativas, coro e baixo-coro, imagens, pinturas, castiçais, altar de Santana da Sala do Consistório, fachada e paredes laterais em cantaria, etc. Neste mesmo período a CLM Engenharia, restaura os telhados, forros lisos, pisos, esquadrias de portas e janelas, pinturas lisas, cemitério, isto é, toda a sua área estrutural e civil. Valores do patrocínio nesta fase: Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (R$ 5.487.246,57; Global Participações em Energia (R$ 633.111,85) e resultado de aplicações financeiras (R$ 210.756,73).
1940 - Continuam as obras de restauração das pinturas, indevidamente executadas.
1950 - Pinturas de paredes e tetos da sacristia. Vistoria aponta erros executados na obra, à revelia do IPHAN.
1952 - Asseio interno da igreja. Vistoria observa a descaracterização de alguns elementos.
1958 – É tolerada a construção do Altar do Senhor dos Passos, segundo o IPHAN.
1967 - Obras de estabilização e restaurações parciais da igreja pelo IPHAN
1982 – O IPAC restaura o altar-mor e os medalhões da capela-mor.
2007-2011– O BNDES patrocina a restauração dos elementos arquitetônicos, a cargo da Construtora Serra Valle, no valor de R$ 3.743.610,37.
2007-2008- O Studio Argolo restaura os altares colaterais, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora do Rosário, patrocinados pela Irmandade e devotos de Santana
2012- 2013- O Studio Argolo restaura a Sacristia, patrocínio do Fundo de Cultura e Caixa Cultural
2014 – 2018- O Studio Argolo restaura todos os elementos artísticos e integrados da igreja: capela-mor, presbitério, arco cruzeiro, altares laterais, forros com pinturas artísticas ou decorativas, coro e baixo-coro, imagens, pinturas, castiçais, altar de Santana da Sala do Consistório, fachada e paredes laterais em cantaria, etc. Neste mesmo período a CLM Engenharia, restaura os telhados, forros lisos, pisos, esquadrias de portas e janelas, pinturas lisas, cemitério, isto é, toda a sua área estrutural e civil. Valores do patrocínio nesta fase: Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (R$ 5.487.246,57; Global Participações em Energia (R$ 633.111,85) e resultado de aplicações financeiras (R$ 210.756,73).
IMPORTANTES DESCOBERTAS NA RESTAURAÇÃO DE 2014/2018
Na restauração artística dos bens móveis e integrados, praticamente cerca de 90% por cento desses elementos foram desmontados, o que, apesar de dificultar extremamente os procedimentos previstos no projeto original, oportunizaram as descobertas seguintes, entre outras, que não poderiam deixar de ficar sem referências:
- O medalhão e a pintura lisa do forro da nave, encobertos por repinturas que descaracterizaram a criação original (60% do medalhão e 100% da pintura lisa).
- A pintura do forro da capela-mor estava encoberta por grossos camadas de repintura. A sua remoção recuperou a pintura original (50% da área, sendo esta reintegrada e a restante, completada pela técnica ilusionista gráfica, deixando à mostra, para o observador, tratar-se de uma recriação com base na pintura original.
- As pinturas originais sob os balcões laterais do presbitério foram encontradas sob repinturas e foram encontradas em bom estado de conservação e foram objeto de reintegração cromática sistematizada.
- As pinturas forro do batistério também se encontravam encobertas por grossas camadas de repintura, apresentando várias lacunas, as quais foram reintegradas. Essas pinturas, descobertas, formaram um gracioso conjunto com as arcadas e demais elementos do presbitério, compensando a forte presença dos douramentos.
- Os frontais da mesa do altar-mar e dos 6 altares colaterais/laterais tiveram sua pintura “escaiolada”, em baixo de repinturas.
- Inúmeras áreas recobertas por ouro falso ou purpurina oxidados foram removidos, recuperando-se o douramento original, embora as grandes perdas de douramentos em toda igreja obrigassem a aplicação de cerca de 1.800 livros de ouro.