Avó de Jesus é homenageada em missa solene celebrada pelo novo arcebispo, cardeal Dom Sergio da Rocha, na Igreja de Sant’Ana, em NazaréTodos de máscara, limite de acesso, medição de temperatura na entrada, bancos com marcação de distanciamento, álcool em gel até mesmo no momento da oferta, tapetes sanitizantes. Porém, nem mesmo a nova realidade das igrejas na pandemia para evitar aglomerações, impediram os devotos de Sant'Ana a prestar homenagens, neste domingo (26), quando se comemora o Dia dos Avós.
“Me casei nessa igreja. Moro aqui pertinho, fiquei esse tempo todo em casa. Todo ano participo. Não tem pandemia, nem coronavírus certo. Me protegi toda, coloquei a máscara e vim. Nossa Senhora Sant'Ana é muito importante para mim”, contou a aposentada Ana Lúcia Anunciação, de 65 anos. Avó de cinco netos, ela foi até a igreja agradecer pela saúde dela e da família. “Eu gosto muito de estar com ela. Nossa Senhora de Sant'Ana é especial para mim, assim como ser avó. Sou uma avó bondosa e paciente, porque as crianças de hoje não estão moles. Vim pedir muitas bênçãos, porque todos nós estamos precisando”, completou. A missa solene celebrada pelo novo arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha teve também transmissão, ao vivo, pelas redes sociais no perfil da Paróquia Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, localizada no bairro de Nazaré. “Primeiramente, quero manifestar a minha alegria em celebrar, pela primeira vez, nesta igreja tão querida. Há muita gente unida a nós, nesse momento e em oração pelas redes sociais no dia dedicado à avó de Jesus Cristo. Especial gratidão a irmandade de Sant'Ana nessa festa da nossa querida padroeira”, afirma Dom Sérgio Rocha, que assumiu a arquidiocese no início do mês passado, após a saída de Dom Murilo Krieger. O pároco da igreja, padre Abel Pinheiro deu às boas-vindas ao novo arcebispo. “O bispo vem nos confirmar, estimular a nossa fé. Que Sant'Ana atraia as melhores bênçãos do céu. É uma pena que muitos idosos do grupo de risco não pudessem estar aqui hoje, porém, estamos todos em comunhão”. Acolhimento Os 50 lugares permitidos pelos protocolos estabelecidos após a reabertura dos templos religiosos na última sexta-feira (24), estavam todos ocupados durante a missa solene, que aconteceu no final da tarde. O dia dedicado à Nossa Senhora Sant'Ana teve ainda outras duas missas na programação festiva, uma às 6h, que contou com alvorada festiva com repique de sinos e outra, às 8h30, dedicada à Irmandade do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, aos benfeitores, dizimistas e devotos. Segundo os acolhedores da igreja, as duas celebrações que aconteceram pela manhã estavam também com todos os assentos liberados ocupados, porém algumas pessoas acompanharam a celebração do lado de fora. Na última missa, no entanto, não houve fiéis que não conseguiram entrar na igreja. Devota de Sant'Ana, desde que se casou há 36 anos, a farmacêutica Marieli Leite, de 61 anos, também saiu do isolamento social só para prestar homenagens à santa. “Logo que nos casamos queria muito ter filhos, mas eu não conseguia engravidar. Fiz até tratamento de fertilidade com Elsimar Coutinho, e ele já tinha me desacreditado de ser mãe, naquele momento por conta dos meus ovários. Mas eu e meu marido pedimos muito a Senhora Sant'Ana e foi assim que engravidei de Ana Cláudia”, contou. Agora ela reza para que os netos cheguem logo. “Minha filha está com 31 anos. E o que eu peço é para que Nossa Senhora Sant'Ana me dê um neto ou neta logo. É o maior desejo”, afirmou. A aposentada Maria José da Costa, de 63 anos também ainda não é avó, mas tem seis sobrinhos-netos que ocupam esse espaço no seu coração. A devoção a Nossa Senhora Sant'Ana é uma lembrança da sua avó. “Lembro muito dela quando estou aqui. Minha avó me ensinou a respeitar as pessoas idosas, ser humilde e honesta. Só tenho boas lembranças e uma saudade boa, de quem já está junto do pai. É esse acolhimento que minha santa dá para a gente”.
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Março 2024
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