Coronavírus: Fé e Comportamento adequado
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28,20). Estamos vivendo momentos particularmente difíceis por causa do novo coronavírus (Covid-19). Mais do que nunca, precisamos acreditar na presença do Senhor em nossa vida. É verdade que, por vezes, precisamos andar “pelo vale tenebroso” (Salmo 23/22,4). Mas também ali “nenhum mal eu temerei”. É especialmente em situações assim que Jesus nos convida a irmos ao seu encontro: “Vinde a mim, vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11,28). O mundo encontra-se aflito; todos nós estamos sobrecarregados. Com mais razão, pois, somos chamados a buscar refúgio em seu Coração manso e humilde. As autoridades sanitárias estão fazendo proibições e nos alertando para a necessidade de tomarmos decisões difíceis e necessárias. Precisamos estar atentos a isso, pois é a vida, a nossa e a de multidões, que está em jogo. Como cristãos, somos cidadãos do mundo. O sofrimento de cada irmão é nosso sofrimento. Fazemos parte de uma grande família. A atenção de Jesus pelos mais fracos e necessitados deve ser a nossa atenção. Em nossa Arquidiocese, já tomamos algumas medidas, simples e necessárias, sobretudo nas celebrações eucarísticas: omitir o abraço da paz, não dar as mãos na oração do Pai Nosso e, ao comungar, receber a hóstia na mão. E, diante das orientações dos organismos responsáveis pela saúde pública e dos decretos municipal e estadual, fazemos saber as orientações da Arquidiocese, que devem ser observadas por todos os fiéis:
Reiteramos o atencioso cuidado com as mãos (lavando-as cuidadosamente e com frequência, ou usar álcool gel 70%), evitar aglomerações, manter distância dos outros de um metro e meio, ter cuidados especiais ao tossir, sair de casa o menos possível, evitar encontros com mais de 50 pessoas, conforme os decretos públicos. A partir de agora, maior será o tempo em que precisaremos ficar sozinhos. Aproveitemos essa oportunidade para escutar o Senhor (“Escuta, Israel!” – Dt 6,4), para ler sua Palavra e lhe responder por uma oração que seja um verdadeiro grito de socorro. Com o Rosário, poderemos, conduzidos por Nossa Senhora, percorrer diversos momentos da vida de seu Filho. Com a possibilidade de nossas igrejas ficarem abertas, cada um poderá escolher momentos adequados para uma visita ao Santíssimo, lembrados de que “O Mestre está aí e te chama” (Jo 11,28). Somos chamados a manter distância dos outros, mas nossos corações devem estar unidos aos dos irmãos e irmãs pela oração e por gestos de amor. Rezemos particularmente pelos que sofrem por causa do novo coronavírus, pelos médicos e enfermeiros que atendem os enfermos e por todos os que trabalham para conter a propagação desse vírus. Diante dos compromissos financeiros das paróquias, nos confiamos à compreensão dos fiéis na manutenção da fidelidade ao Dízimo, a fim de que os compromissos paroquiais, inclusive a ajuda aos necessitados, possam ser assegurados. Deus sempre nos ensina, também através das provações. Diante de inúmeras notícias de pessoas infectadas ou falecidas, não estará Ele querendo que reflitamos mais sobre a morte e a vida eterna? Afinal, “não temos aqui morada permanente” (Hb 13,14). A morte de tantos irmãos e irmãs nos lembram o sentido da vida e a nossa vocação eterna. Afinal, Deus nos criou para Si e deseja que vivamos eternamente glorificando a Santíssima Trindade. Esse pensamento, longe de nos alienar, nos fará ter, como Santa Dulce dos Pobres, um olhar atento aos necessitados que nos cercam. Unidos em torno do Papa Francisco, rezemos: Ó Maria, tu sempre brilhas em nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a ti, Saúde dos Enfermos, que na Cruz foste associada à dor de Jesus, mantendo firme a tua fé. Tu, Salvação do povo cristão, sabes do que precisamos e temos a certeza de que garantirás, como em Caná da Galileia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação. Ajuda-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que Jesus nos disser. Ele que tomou sobre si nossos sofrimentos e nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição. Amém. (Papa Francisco, 11.03.2020). Com nossos irmãos do início do cristianismo, rezemos: Sob a tua proteção, buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus. Não desprezes as nossas súplicas, nós que estamos na provação, e livra-nos de todo perigo, Virgem gloriosa e abençoada. Amém! Salvador, Reunião Geral do Clero, 17 de março de 2020. Dom Murilo S.R. Krieger, scj Administrador Apostólico da Arquidiocese de São Salvador da Bahia
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Março 2024
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